13/07/2020 - SÃO PAULO – Em julho de 1994, Jeff Bezos era um engenheiro que acabara de largar uma promissora carreira em Wall Street para passar seus dias em um porão em Seattle planejando como vender livros na incipiente internet. Hoje, 26 anos depois, ele é um dos empreendedores mais influentes do século XXI e um bilionário que quebrou o próprio recorde de homem mais rico do mundo.
Sua empresa, a Amazon, é não apenas um dos maiores varejistas do mundo (em 2019, foram mais de 3,5 bilhões de pedidos, ou um para cada dois habitantes na Terra), mas destaca-se, por vezes como líder, em diferentes outros negócios.
Domina a computação em nuvem, com a Amazon Web Services (AWS), produz programas e filmes premiados (Amazon Studios), rivaliza com Netflix em serviço de streaming de vídeo (Amazon Vídeo) e ganha cada vez mais espaço também no mundo físico (com a rede de supermercados Whole Foods).
Em janeiro deste ano, a Amazon juntou-se ao grupo de empresas com valor de mercado superior a US$ 1 trilhão (onde já estavam Alphabet, Apple e Microsoft). Com o aumento de pedidos online em função da quarentena em diversas regiões do mundo, a empresa vem, nos últimos meses, apresentando recordes de crescimento em vendas.
Para Jeff Bezos, no entanto, nada disso basta. Como gosta de repetir, na Amazon, será sempre o “Day One”. Significa que independentemente de seu tamanho, a empresa precisa se comportar como uma startup, em seu primeiro dia, ávida a inovar a expandir suas operações agressivamente.
Para marcar os 26 anos da fundação da Amazon, completados em julho, o Do Zero ao Topo — marca de empreendedorismo e negócios do InfoMoney — compilou as estratégias que ajudaram Bezos a forjar a Amazon e a transformar diferentes setores.
1 – Tomar decisões racionais, mas baseadas em uma paixão
A internet era ainda incipiente no início dos anos 90. Mas, Bezos, então operador de ações em Wall Street, vislumbrou as enormes perspectivas para esse mercado. Decidiu que queria ter um negócio de internet. Ponto.
A partir disso, ponderou de forma bastante racional sobre como estruturar o melhor empreendimento nesse novo mundo. Decidiu-se pelo comércio online e escolheu os livros por serem “pequenos, não perecíveis e fáceis de transportar”. Também estabeleceu que o negócio só faria sentido se pudesse se destacar do que já havia no mercado – no caso, as livrarias físicas. (Esse, a propósito é um lema de Bezos até hoje: a Amazon só se lança em novos empreendimentos se considera que têm as condições para brigar pela liderança).
Ao vender livros pela internet, Bezos não teria, inicialmente, gastos com armazenamento, o que lhe permitiria ter um grande estoque sem custos e, portanto, muitas opções ao consumidor. Isso se casava com sua estratégia: vender ao menor preço possível para conquistar muitos clientes e, assim, vender mais, e, com isso, ganhar poder de negociação junto a fornecedores para vender ainda mais…
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